sábado, 2 de junho de 2012

Sebastianismo



 O Sebastianismo foi um movimento místico-secular que ocorreu em Portugal na segunda metade do século XVI como consequência da morte do rei D. Sebastião na Batalha de Alcácer-Quibir, em 1578. Por falta de herdeiros, o trono português terminou nas mãos do reiFilipe II da rama espanhola da casa de Habsburgo.
O povo nunca aceitou a morte do rei, divulgando a lenda de que ele ainda se encontrava vivo e apenas estava à espera do momento certo para voltar ao trono e afastar o domínio estrangeiro.
O seu mais popular divulgador foi o sapateiro de Trancoso,  Bandarra, que previu nas suas trovas o regresso do Desejado.



O sebastianismo é abordado por Fernando Pessoa como mito, que exprime o drama de um país decadente, que precisa de voltar a acreditar nas suas capacidades e nos valores que antigamente lhe permitiram a conquista dos mares e a sua confirmação no mundo. Diz Fernando Pessoa (in Obra Poética e em Prosa, vol. III), “Como o último verdadeiro Rei de Portugal foi aquele D. Sebastião que caiu em Alcácer Quibir, e presumivelmente ali morreu, é no símbolo do regresso d’El-Rei D. Sebastião que os portugueses da saudade Imperial projectaram a sua fé de que a família se não extinguisse”. 

Ao longo da Mensagem, a figura de D. Sebastião evolui do símbolo de um príncipe infeliz, desaparecido em Alcácer Quibir, no areal (primeira parte), para o mito que vai na “última nau, ao sol aziago” mas que surgirá entre a cerração” com o “pendão ainda / Do Império” (segunda parte), para, guardado com Deus, regressar para criar o Quinto Império. É apresentado, também, como, O Encoberto ou O Desejado, que volta com o santo Graal (terceira parte). 
A hipótese de salvação e regeneração que D. Sebastião representa para o povo português é a base desta obra, pois é a partir do mito que se deve tentar transformar a realidade. 

Wikipedia, Sebastianismo. em:http://pt.wikipedia.org/wiki/Sebastianismo  

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