sábado, 2 de junho de 2012

O Quinto Império


Antes de se pensar num Quinto Império, existia a divisão em quatro impérios:

  • Império Grego, sintetizando todos os conhecimentos, toda a experiência dos antigos impérios pré-culturais;
  • Império Romano,  sintetizando toda a experiência e cultura gregas e fundindo todos os povos formadores, já ou depois, da nossa civilização;
  • Império Cristão,  fundindo a extensão do Império Romano com a cultura do Império Grego, e elementos de toda a ordem oriental, entre os quais o elemento hebraico;
  • Império Inglês,  distribuindo por toda a terra os resultados dos outros três impérios, e sendo assim o primeiro de uma nova espécie -fundindo a cultura grega, em nenhum lugar tão marcada como em Inglaterra, pois que Milton é o mais grego dos poetas modernos -a extensão e "imperium" dos romanos, a moral cristã, em parte alguma tão activa como nos países de língua inglesa, onde é máxima a actividade cristã.
Então, o Quinto império necessariamente fundirá esses quatro impérios com tudo quanto esteja fora deles, formando o primeiro império verdadeiramente mundial, ou universal.

"Todo o Império que não é baseado no Império Espiritual é uma morte de pé, um Cadáver mandando.
Só pode realizar utilmente o Império Espiritual a nação que for pequena, e em quem, portanto, nenhuma tentativa de absorção territorial pode nascer. (...)
Criando uma civilização espiritual própria, subjugaremos todos os povos; porque contra as artes e as forças do espírito não há resistência possível, sobretudo quando elas sejam bem organizadas, fortificadas por almas de generais do Espírito."

Para Pessoa o Quinto Império não seria, de forma alguma, material mas sim espiritual, um império que se realiza através das artes e forças do espírito, que são inalteráveis.

Pessoa sente que a única nação a realizar e conquistar este Quinto Império é a nação portuguesa, uma vez que é a única que tem a força espiritual para tal feito. Este, já revelado nos descobrimentos, deve ser agora voltado para o plano cultural, espiritual.


O único perfil lógico e exequível do nebuloso Quinto Império cifra-se em desejar que a decadente pátria portuguesa seja portuguesa com a mesma naturalidade com que a Inglesa é Inglesa.
Assim, construiremos a nossa própria identidade cultural e espiritual, mais autêntica, universal, capaz de fazer com que voltemos a ser grandiosos no mundo porque seremos um exemplo de autenticidade e originalidade a seguir por todas as outras nações.  















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