domingo, 13 de novembro de 2011

Fingimento Artístico

Crendo na afirmação de que o significado das palavras está em quem as lê e não em quem as escreve, Fernando Pessoa aborda a temática do “fingimento”; o poeta baseia--se em experiências vividas, mas transcreve apenas o que lhe vai na imaginação e não o real, não está a sentir o que não é real. O leitor é que ao ler, vai sentir o poema.
Efectivamente, a supremacia da razão sobre as emoções no acto de criar é sintetizada no poema “Autopsicografia”. Neste, o sujeito poético parte da afirmação “O poeta é um fingidor” para realçar a sua concepção poética: a dor real, para se elevar a poesia, tem de ser fingida, imaginada.

No poema “Isto”, Pessoa marca novamente a exclusividade da sensação intelectual “simplesmente sinto/ Com a imaginação”. “Sinta quem lê!”, pois o poeta não sente, deixa isso para os que lêem.

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