Eu não tenho Filosofia: tenho sentidos...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar.
Alberto Caeiro é o poeta da simplicidade completa e clareza total. É o homem da calma absoluta perante o não-sentido da realidade.
Apresenta-se como um simples "guardador de rebanhos", que só vê de forma objetiva e natural a realidade com a qual constata a todo o momento.
O mundo é visto sem necessidade de explicações, sem princípios nem fim e por isso acredita na "eterna novidade do mundo". Recusa o pensamento metafísico ("pensar é estar doente dos olhos"), insistindo em aprender em não pensar, para se libertar de todos os modelos ideológicos e poder ver a realidade concreta. O pensamento gera a infelicidade ("pensar é incomodo como andar à chuva").
Existe uma simbiose entre o sujeito poético e a Natureza sem gente, conseguida através de uma relação direta com os seus elementos.
É o heterónimo do sensacionismo - só lhe interessa vivenciar o mundo que capta pelas sensações.
Representando a reconstrução integral do paganismo, descreve o mundo sem pensar nele.
Linguagem e estilo:
- Linguagem corrente e construções causais;
- Pouca adejetivação, paralelismos, assíndetos, predominância das formas verbais no presente do indicativo.
- ritmo lento, alternância entre sons nasais, vogais abertas e semiabertas, ausência de rima
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